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Terça-feira, 21 de Outubro de 2025

Esporte Paralímpico

Mundial de Paraciclismo de Pista tem recordes quebrados e novos campeões

Em um dos momentos mais emocionantes da abertura do evento, ciclista brasileira Sabrina Custódia conquista título inédito e faz melhor marca da história no Time Trial 1km (C2)

Central Esportiva
Por Central Esportiva
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Mundial de Paraciclismo de Pista tem recordes quebrados e novos campeões
Foto: Miriam Jeski/CBC
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O Campeonato Mundial de Paraciclismo de Pista Rio de Janeiro 2025 abriu sua programação nesta quinta-feira, 16, com quebra de recordes mundiais, conquistas inéditas entre as mulheres e medalha de ouro para o Brasil. Em uma jornada marcada pelo alto nível técnico, Sabrina Custódia da Silva foi a grande protagonista ao vencer o 1km Time Trial, na categoria C2, registrando o melhor tempo da história da prova: 1:20.020.

“A hora chegou, e não foi só o título mundial, teve o recorde mundial! É muita emoção para um dia só. Treinei muito este ano, me preparei demais para chegar neste momento. Mas mesmo sabendo que estava pronta, a ficha não caiu ainda”, comemorou a ciclista brasileira de 44 anos, que havia conquistado a prata no Contrarrelógio, no Mundial do ano passado, também no Velódromo do Rio.

Sabrina mora em São José dos Campos, interior de São Paulo, mas treina em Indaiatuba, cidade vizinha. Além da dedicação nas pistas, outro fator decisivo para o resultado da brasileira foi a aquisição de novos equipamentos pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC). Sua trajetória é marcada por um acidente aos 18 anos, quando sofreu um choque elétrico ao tentar ajustar a antena de televisão em sua casa. Após ficar três meses internada, precisou amputar as duas mãos, o pé direito e os dedos do pé esquerdo.

O esporte paralímpico entrou em sua vida pouco depois, mas foi no atletismo que Sabrina seguiu carreira inicialmente. Durante a pandemia, foi apresentada ao ciclismo pelo atleta Adriano Matunaga e passou a pedalar sobre duas rodas. Agora, Sabrina se torna a quarta brasileira campeã mundial de paraciclismo de pista da história e a primeira recordista mundial de todos os tempos.

Porém, o primeiro dia de provas não reservou uma conquista inédita apenas para Sabrina. Uma das disputas mais aguardadas era a do 1km Time Trial na categoria WC5, que reúne atletas com deficiências nos membros superiores ou inferiores, mas que conseguem pedalar em bicicletas convencionais. Apesar de ter a neozelandesa Nicole Murray como principal atração, quem roubou a cena desde as eliminatórias foi a italiana Claudia Cretti. Em sua primeira volta, a ciclista de 29 anos bateu o recorde mundial da prova: 1:12.325. Já na decisão, foi ainda melhor: 1:12.028, com mais de 1.6s de vantagem sobre a vice-campeã Murray.

“É o meu primeiro título mundial, a emoção é muito grande. Fiz um grande trabalho em Montichiari para estar aqui, me preparei bem para disputar essa prova de 1km. É a minha sétima medalha (em Mundiais), mas o primeiro ouro”, celebrou Claudia, que havia alcançado o pódio três vezes em cada uma das últimas duas edições.

Claudia era ciclista de estrada quando sofreu um sério acidente em 2017, na disputa do Giro Rosa. A italiana chegou a ficar em coma, mas se recuperou e, dois anos mais tarde, decidiu voltar ao esporte, passando a competir no paraciclismo.

Se por um lado a italiana enfim conquistou a tão sonhada medalha de ouro, por outro o Mundial do Rio de Janeiro registrou o 14º título mundial do francês Alexandre Léauté. O tricampeão dos Jogos Paralímpicos venceu a prova de Scratch, na categoria MC2. Com uma estratégia arrojada, dosando o ritmo em alguns momentos e buscando a fuga do pelotão no restante da prova, Léauté foi dominante e aplicou uma volta em todos os competidores, exceto o holandês Hidde Buur.

“Estou muito feliz por ter vencido hoje. Foi uma prova bem difícil, fui muito vigiado pelos adversários e sabia que seria muito difícil me desgarrar deles. Acho que fui muito bem taticamente, evitando riscos e tentando acelerar para me isolar. Teve um momento em que não sei bem o que aconteceu, mas aproveitei para me descolar com o holandês. Até que, faltando umas cinco ou seis voltas para o fim, escapei para ficar com o título”, explicou o ciclista de 25 anos.

As disputas do Mundial de Paraciclismo de Pista seguem até domingo (19), com sessões matutinas e vespertinas. Na sexta e no sábado, a programação tem início às 10h. Já no último dia, as provas começam às 9h. A entrada é franca, e o público pode acompanhar toda a emoção do Paraciclismo no Velódromo Olímpico do Rio (Avenida Embaixador Abelardo Bueno, 3401 – Barra da Tijuca).

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Redação / Central Esportiva

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